Ultimamente, não tenho achado nada mais apropriado para definir o casamento (ou uma relação estável entre duas pessoas) do que as danças de salão.
Não importa se é algo tradicional e conservador como a valsa ou a polca, se é movido por profundas paixões como o tango, se é mais temperado como a salsa, ou se é um sensual balançar de coxas como a gafieira; as danças de salão são sempre executadas socialmente por um casal e o sucesso dessa executação depende da sintonia entre os dois membros do par.
Mesmo sem uma mesa de jurados nem um auditório para aplaudir e dar seu voto, se eles não estiverem afinadíssimos, acabam por perder pontos no relacionamento. E tudo se complica um pouco mais quando há um terceiro dançarino, porque é preciso ensiná-lo os passos de uma dança que ainda se está aprendendo.
Há quinze meses, nossa menina se juntou à dupla e continuamos a nos sentir extremamente inseguros na pista do salão. Será que estamos fazendo certo? Será que estamos lhe ensinando o que é certo? Será que estamos lhe dando muito amor e colo e tornando-a uma menina emocionalmente dependente?
Sete semanas de férias no Brasil e outras duas na Índia foram uma prova difícil e quase colocaram 10 meses de aprendizado em risco de desclassificação. Num ambiente estranho e com pessoas pouco conhecidas, ela voltou a dormir comigo, na mesma cama. Era como dar um passo pra frente e dois pra trás, estragando todo o ensaio anterior. E eu sinceramente temia que precisaríamos de um longo tempo para retomar do ponto onde havíamos parado.
Felizmente, minha filha provou ter um talento que nós dois desconhecíamos e acabou nos surpreendendo alguns dias após voltarmos pra casa, em definitivo. Agora, não apenas ela só dorme no próprio berço, como já mostra sinais de estar incomodada com a lâmpada de cabeceira acesa e de querer a luz apagada na hora de se entregar ao sono. Além disso, depois de, acidentalmente, jogar pra fora do carrinho as duas únicas chupetas brasileiras que havíamos trazido para a Inglaterra, ela deu mais um passo em direção à independência emocional e hoje é uma criança livre de qualquer calmante artificial aceitável pra sua idade, seja ele um bico, um polegar ou a ponta de um travesseiro.
Mas o que de fato colocou nosso trio amador de dançarinos de volta às pistas de dança e com boas chances de arrancar aplausos da plateia é a coreografia solo da minha filha: apesar de ainda parecer um pequeno ser com alto grau de embriaguez, ela já dá seus próprios passos sozinhas e tão logo reconheça o ritmo de uma valsa, tango, samba ou bhangra mostra o gingado que tem nos pés.
Não importa se é algo tradicional e conservador como a valsa ou a polca, se é movido por profundas paixões como o tango, se é mais temperado como a salsa, ou se é um sensual balançar de coxas como a gafieira; as danças de salão são sempre executadas socialmente por um casal e o sucesso dessa executação depende da sintonia entre os dois membros do par.
Mesmo sem uma mesa de jurados nem um auditório para aplaudir e dar seu voto, se eles não estiverem afinadíssimos, acabam por perder pontos no relacionamento. E tudo se complica um pouco mais quando há um terceiro dançarino, porque é preciso ensiná-lo os passos de uma dança que ainda se está aprendendo.
Há quinze meses, nossa menina se juntou à dupla e continuamos a nos sentir extremamente inseguros na pista do salão. Será que estamos fazendo certo? Será que estamos lhe ensinando o que é certo? Será que estamos lhe dando muito amor e colo e tornando-a uma menina emocionalmente dependente?
Sete semanas de férias no Brasil e outras duas na Índia foram uma prova difícil e quase colocaram 10 meses de aprendizado em risco de desclassificação. Num ambiente estranho e com pessoas pouco conhecidas, ela voltou a dormir comigo, na mesma cama. Era como dar um passo pra frente e dois pra trás, estragando todo o ensaio anterior. E eu sinceramente temia que precisaríamos de um longo tempo para retomar do ponto onde havíamos parado.
Felizmente, minha filha provou ter um talento que nós dois desconhecíamos e acabou nos surpreendendo alguns dias após voltarmos pra casa, em definitivo. Agora, não apenas ela só dorme no próprio berço, como já mostra sinais de estar incomodada com a lâmpada de cabeceira acesa e de querer a luz apagada na hora de se entregar ao sono. Além disso, depois de, acidentalmente, jogar pra fora do carrinho as duas únicas chupetas brasileiras que havíamos trazido para a Inglaterra, ela deu mais um passo em direção à independência emocional e hoje é uma criança livre de qualquer calmante artificial aceitável pra sua idade, seja ele um bico, um polegar ou a ponta de um travesseiro.
Mas o que de fato colocou nosso trio amador de dançarinos de volta às pistas de dança e com boas chances de arrancar aplausos da plateia é a coreografia solo da minha filha: apesar de ainda parecer um pequeno ser com alto grau de embriaguez, ela já dá seus próprios passos sozinhas e tão logo reconheça o ritmo de uma valsa, tango, samba ou bhangra mostra o gingado que tem nos pés.