Eu tinha um objetivo quando me decidi pelo jornalismo. Eu queria muito contar histórias, fossem elas impressas no papel, congeladas numa imagem fotográfica ou documentadas em vários quadros por segundo.
Mas meus sonhos derreteram diante da implacável realidade do meio jornalístico e nunca fui muito longe nesta carreira. Ironicamente, alguns anos depois de abandonar a profissão, acabei me envolvendo com outros tipos de histórias e outras maneiras de contá-las. Trabalhando na indústria da legendagem, vejo aventuras, dramas, comédias, suspenses, tragédias e romances sendo narrados magicamente, num período que varia de 60 a 180 minutos, numa forma artística que incorporou todas as seis artes anteriores: o cinema.
E de maneira indireta e sutil, eu ofereço uma pequena contribuição no processo de contar essas histórias, quando os espectadores brasileiros compram DVDs e Blu-Rays em território nacional e escolhem a língua portuguesa para as legendas de seus filmes. Na função de tradutora ou revisora de uma determinada obra cinematográfica ou televisiva, constantemente preciso fazer escolhas ou ajudar nas escolhas feitas por outro tradutor para melhor comunicar um dialógo, uma piada ou uma expressão idiomática, de modo preciso e sucinto para que o público consiga lê-los em alguns segundos e ainda conseguir acompanhar a trama.
Não sei se é a paixão pelas histórias, o amor pelo trabalho ou se são ócios do ofício, mas estou sempre pensando em filmes e séries de TV e, dependendo da situação em que estou vivendo, uma fala ou uma cena me vem à cabeça.
Em setembro, compramos uma esteira para eu ter uma alternativa física nos meses vindouros de muito frio e pouco sol. Fazia tanto tempo que eu não sentia uma descarga tão maciça de endorfina na corrente sanguínea que acabei lembrando de Legalmente Loira de 2001, quando a personagem de Reese Witherspoon (a estudante de Direito da Harvard e aspirante a advogada Elle Woods), apresenta seu argumento em defesa de sua cliente. Ela diz que a ré fazia exercícios físicos regularmente e que não poderia, assim, ter matado o marido... A lógica é que ela era feliz!
E eu também estava. Anestesiada com este neurotransmissor pelo resto do dia, passei a não encontrar motivos para discutir com meu marido ou censurar minha filha. E esta foi a terceira lição que aprendi no mês passado: uma hora de caminhada rápida na esteira torna os problemas cotidianos mais toleráveis. Como vírgulas desnecessárias e recorrentes numa tradução excessivamente pontuada.
O que também me fez lembrar de outra citação em outro filme (dez anos mais recente). Em Transformers: Dark of the Moon, o pai de Sam Witwicky lhe diz, com evidente experiência de causa: "Happy wife, happy life!"
Não é a história de muitos casamentos?
Mas meus sonhos derreteram diante da implacável realidade do meio jornalístico e nunca fui muito longe nesta carreira. Ironicamente, alguns anos depois de abandonar a profissão, acabei me envolvendo com outros tipos de histórias e outras maneiras de contá-las. Trabalhando na indústria da legendagem, vejo aventuras, dramas, comédias, suspenses, tragédias e romances sendo narrados magicamente, num período que varia de 60 a 180 minutos, numa forma artística que incorporou todas as seis artes anteriores: o cinema.
E de maneira indireta e sutil, eu ofereço uma pequena contribuição no processo de contar essas histórias, quando os espectadores brasileiros compram DVDs e Blu-Rays em território nacional e escolhem a língua portuguesa para as legendas de seus filmes. Na função de tradutora ou revisora de uma determinada obra cinematográfica ou televisiva, constantemente preciso fazer escolhas ou ajudar nas escolhas feitas por outro tradutor para melhor comunicar um dialógo, uma piada ou uma expressão idiomática, de modo preciso e sucinto para que o público consiga lê-los em alguns segundos e ainda conseguir acompanhar a trama.
Não sei se é a paixão pelas histórias, o amor pelo trabalho ou se são ócios do ofício, mas estou sempre pensando em filmes e séries de TV e, dependendo da situação em que estou vivendo, uma fala ou uma cena me vem à cabeça.
Em setembro, compramos uma esteira para eu ter uma alternativa física nos meses vindouros de muito frio e pouco sol. Fazia tanto tempo que eu não sentia uma descarga tão maciça de endorfina na corrente sanguínea que acabei lembrando de Legalmente Loira de 2001, quando a personagem de Reese Witherspoon (a estudante de Direito da Harvard e aspirante a advogada Elle Woods), apresenta seu argumento em defesa de sua cliente. Ela diz que a ré fazia exercícios físicos regularmente e que não poderia, assim, ter matado o marido... A lógica é que ela era feliz!
E eu também estava. Anestesiada com este neurotransmissor pelo resto do dia, passei a não encontrar motivos para discutir com meu marido ou censurar minha filha. E esta foi a terceira lição que aprendi no mês passado: uma hora de caminhada rápida na esteira torna os problemas cotidianos mais toleráveis. Como vírgulas desnecessárias e recorrentes numa tradução excessivamente pontuada.
O que também me fez lembrar de outra citação em outro filme (dez anos mais recente). Em Transformers: Dark of the Moon, o pai de Sam Witwicky lhe diz, com evidente experiência de causa: "Happy wife, happy life!"
Não é a história de muitos casamentos?
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