Eu só vim conhecer Andy Murray no começo de julho de 2012, quando a imprensa britânica iniciava sua intensa campanha para promover (para as grandes massas incultas - eu incluída) a conquista deste escocês que entraria para a história do tênis nacional.
Segundo as manchetes dos jornais e as chamadas na TV, o jovem de 25 anos era o primeiro, em mais de 70 anos, a colocar o Reino Unido numa final de Wimbledon. Ou seja, desde 1936 (em 38, Bunny Austin conseguiu apenas o segundo lugar), quando Fred Perry venceu o torneio mais antigo e prestigiado do mundo pela última vez, a bandeira da Union Jack não era içada no pódio daquele estádio.
Mas o garoto de Dunblane que havia sobrevivido ao massacre na Escola Primária do vilarejo, em 1996 (no qual 16 crianças e uma professora foram mortas a tiros por Thomas Hamilton), não escapou à carnificina esportiva que tomou conta da quadra central de Wimbledon, no dia oito de julho de 2012.
Ali, do outro lado da rede, a experiência de Roger Federer (com, então, 16 títulos em Grand Slams) viravam o jogo contra um homem e toda a sua nação de maneira tão elegante e comedida que parecia que o suíço era desprovido de qualquer sentimento. Até o ponto final, quando Federer desabou no chão em lágrimas e retribuiu os aplausos da plateia com vários dos seus cativantes sorrisos.
Quem também chorou muito com o resultado foi o próprio Murray, que sentiu ter desapontado quinze mil amantes do esporte em Wimbledon e outros quinze milhões de espectadores que assistiam à partida pela TV e o incentivavam com palavras de apoio do tipo Go Andy! Mas, num discurso emocionado antes da entrega dos troféus, o escocês consolou os fãs britânicos dizendo que estava próximo de um título.
Parecia um presságio.
Andy estava mais perto de uma vitória do que todos podiam imaginar.
Menos de um mês depois da final do Torneio, os dois se encontrariam novamente no mesmo campo de batalha, a sudoeste de Londres. Mas, desta vez, o prêmio que estava em disputa era uma medalha olímpica. E o jovem Murray lutou muito em uma hora e 56 minutos de jogo e mereceu cada uma das seis gramas de ouro da peça de metal que conquistou para pendurar no pescoço.
Suas lágrimas, naquele domingo, pareciam mais de alívio do que de alegria, pelo fim da responsabilidade de atender às expectativas de mais de 60 milhões de britânicos. No dia cinco de agosto de 2012, Andrew Murray se tornava o primeiro cidadão da Grã Bretanha a ganhar uma medalha de ouro no tênis masculino, desde 1908. E a primeira pessoa que ele foi procurar na arquibancada para dividir sua vitória não foi o pai (com quem viveu desde os 9 anos, depois da separação dos progenitores) nem a mãe (ex-jogadora e treinadora do esporte na Escócia), mas a namorada Kim Sears.
E foi naquele momento que esta brasileira chorou.
Chorei por Judy Murray.
Chorei porque também sou mãe e sei das coisas que fazemos ou deixamos de fazer por eles; chorei pelas noites mal-dormidas e pelos dias do mais debilitante cansaço; chorei pelas alegrias e tristezas que nos dão; e chorei pelos erros que cometemos e cometeremos, imaginando ser o melhor para nossas crianças.
Sim, Judy pode ter sido uma mãe severa e uma profissional rigorosa, pode ter tido demasiada influência no filho e pode ter tomado as decisões erradas que atrasaram a carreira de Andy, mas, naquele dourado domingo de agosto, ela ficou com o amargo segundo lugar.
E foi por isso que eu chorei.
Não importa quanta dedicação e amor coloquemos nesta relação, chega um dia, na vida de nossos filhos, que ficamos apenas com a medalha de prata em seus corações.
Segundo as manchetes dos jornais e as chamadas na TV, o jovem de 25 anos era o primeiro, em mais de 70 anos, a colocar o Reino Unido numa final de Wimbledon. Ou seja, desde 1936 (em 38, Bunny Austin conseguiu apenas o segundo lugar), quando Fred Perry venceu o torneio mais antigo e prestigiado do mundo pela última vez, a bandeira da Union Jack não era içada no pódio daquele estádio.
Mas o garoto de Dunblane que havia sobrevivido ao massacre na Escola Primária do vilarejo, em 1996 (no qual 16 crianças e uma professora foram mortas a tiros por Thomas Hamilton), não escapou à carnificina esportiva que tomou conta da quadra central de Wimbledon, no dia oito de julho de 2012.
Ali, do outro lado da rede, a experiência de Roger Federer (com, então, 16 títulos em Grand Slams) viravam o jogo contra um homem e toda a sua nação de maneira tão elegante e comedida que parecia que o suíço era desprovido de qualquer sentimento. Até o ponto final, quando Federer desabou no chão em lágrimas e retribuiu os aplausos da plateia com vários dos seus cativantes sorrisos.
Quem também chorou muito com o resultado foi o próprio Murray, que sentiu ter desapontado quinze mil amantes do esporte em Wimbledon e outros quinze milhões de espectadores que assistiam à partida pela TV e o incentivavam com palavras de apoio do tipo Go Andy! Mas, num discurso emocionado antes da entrega dos troféus, o escocês consolou os fãs britânicos dizendo que estava próximo de um título.
Parecia um presságio.
Andy estava mais perto de uma vitória do que todos podiam imaginar.
Menos de um mês depois da final do Torneio, os dois se encontrariam novamente no mesmo campo de batalha, a sudoeste de Londres. Mas, desta vez, o prêmio que estava em disputa era uma medalha olímpica. E o jovem Murray lutou muito em uma hora e 56 minutos de jogo e mereceu cada uma das seis gramas de ouro da peça de metal que conquistou para pendurar no pescoço.
Suas lágrimas, naquele domingo, pareciam mais de alívio do que de alegria, pelo fim da responsabilidade de atender às expectativas de mais de 60 milhões de britânicos. No dia cinco de agosto de 2012, Andrew Murray se tornava o primeiro cidadão da Grã Bretanha a ganhar uma medalha de ouro no tênis masculino, desde 1908. E a primeira pessoa que ele foi procurar na arquibancada para dividir sua vitória não foi o pai (com quem viveu desde os 9 anos, depois da separação dos progenitores) nem a mãe (ex-jogadora e treinadora do esporte na Escócia), mas a namorada Kim Sears.
E foi naquele momento que esta brasileira chorou.
Chorei por Judy Murray.
Chorei porque também sou mãe e sei das coisas que fazemos ou deixamos de fazer por eles; chorei pelas noites mal-dormidas e pelos dias do mais debilitante cansaço; chorei pelas alegrias e tristezas que nos dão; e chorei pelos erros que cometemos e cometeremos, imaginando ser o melhor para nossas crianças.
Sim, Judy pode ter sido uma mãe severa e uma profissional rigorosa, pode ter tido demasiada influência no filho e pode ter tomado as decisões erradas que atrasaram a carreira de Andy, mas, naquele dourado domingo de agosto, ela ficou com o amargo segundo lugar.
E foi por isso que eu chorei.
Não importa quanta dedicação e amor coloquemos nesta relação, chega um dia, na vida de nossos filhos, que ficamos apenas com a medalha de prata em seus corações.
Um comentário:
Os filhos são os amores dos pais, mas não são dos pais, ou melhor, propriedade dos pais; são do mundo! Os pais os recebem para criá-los, dar amor, segurança.... educação moral, e, principalmente, nunca cobrar, mas realmente é difícil, concordo contigo.
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