Todo final de dezembro é a mesma coisa.
Muita esperança para o ano que se aproxima e muitas, muitas promessas...
Apenas no Reino Unido, estimam-se que 28 milhões de pessoas tomaram alguma resolução para 2011. Perder peso, parar de fumar e diminuir a ingestão de álcool e chocolate estão entre as mais comuns. Ainda mais comum é esquecê-las em menos de 72 horas, ou seja, em algum momento do dia dois ou três de janeiro.
Quanto a mim, de volta à terra dos bretões e a tempo do Réveillon inglês, resolvi aderir a essa tradição ocidental à minha maneira e, ao invés de uma lista de atitudes positivas a serem tomadas no ano novo, fiz outra com os problemas que trago de anos anteriores.
Tenho 35 anos, 5 meses, 1 semana, 5 dias e muita quilometragem.
A carroceria do meu modelo 75 já está bem comprometida e, regularmente, preciso retocar as raízes brancas do meu cabelo e checar o grau da minha miopia, além da mais recente necessidade de fazer um tratamento de pele a laser para remover as manchas mais profundas do rosto.
O sistema de suspensão também está em péssimas condições e, devido a vários anos de bruxismo não identificado e não tratado, o desgaste fisiológico dos meus dentes tornou meus caninos retos! Algo parecido com pneus carecas na mastigação.
Igualmente prejudicial ao funcionamento da minha máquina é o vazamento do qual sofro desde a gravidez e a diminuição na capacidade de reter líquidos por muito tempo.
Mas o que mais tem causado problemas no desempenho deste modelo já fora de garantia (uma vez adquirida por terceiros, é política da família não trocar a mercadoria) é o sistema de gerenciamento eletrônico, responsável pelo controle central de todo o conjunto.
A poucas horas de deixar o Velho Continente e de embarcar numa visita de duas semanas ao Velhíssimo Sub-continente, os dispositivos centrais e componentes perfiféricos estão falhando, estou com uma gripe há mais de cinco dias e na iminência de um curto-circuito emocional. Agora que carrego um reboque de um ano e dois meses, ficou difícil trafegar por estradas poluídas, empoeiradas e cheias de primos, tios, sobrinhos, mais primos, cunhados, outros primos, avós e os pais do meu marido...
Não tenho muito conhecimento sobre mecânica de automóveis; não tenho uma carteira de habilitação, nem sei como dirigir, mas tenho uma certeza e uma única resolução para o ano novo: se o meu velho (e não mais fabricado) modelo 1975 não passar por uma excelente revisão em 2011, vai se tornar um perigo nas ruas de Déli ou de qualquer outra parte do mundo.
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