A mãe de Milo é como todas as outras mães: ela tem um cabelo comum, ela usa roupas comuns e ela possui um sorriso simpático.
Com a exceção do fato de Milo ter certeza de que ela é dotada de um superpoder: a visão de raio-X. Pois, mesmo sem estar por perto, ela consegue "ver" o que Milo está fazendo e com o quê está brincando.
No entanto, ele quer uma prova definitiva para contar para sua amiga Lola e, no sábado, depois de voltar para casa do mercado, ele sobe as escadas, entra no quarto de sua mãe e se esconde dentro do armário.
Milo espera e espera que ela diga, lá debaixo, para ele sair do seu esconderijo.
Com a exceção do fato de Milo ter certeza de que ela é dotada de um superpoder: a visão de raio-X. Pois, mesmo sem estar por perto, ela consegue "ver" o que Milo está fazendo e com o quê está brincando.
No entanto, ele quer uma prova definitiva para contar para sua amiga Lola e, no sábado, depois de voltar para casa do mercado, ele sobe as escadas, entra no quarto de sua mãe e se esconde dentro do armário.
Milo espera e espera que ela diga, lá debaixo, para ele sair do seu esconderijo.
Em vão.
"Talvez minha mãe não consiga ver dentro de armários ou através de paredes", Milo pensa. Ele espera e espera mais... E nada. "Talvez ela não tenha nenhum superpoder", ele diz para Lola desapontado. "Ela é apenas uma mãe comum, como todas as outras".
Mas quando os dois saíam para brincar no quintal, a mãe de Milo o surpreende dizendo para não esconder o pacote de salgadinhos debaixo do suéter. Feliz com o flagrante, ele divide sua descoberta com Lola cheio de excitação: "Não, minha mãe não tem visão de raio-X. Ela tem olhos atrás da cabeça!"
A mãe de Y também é como todas as outras mães: ela tem um cabelo comum (já com vários fios brancos e sempre preso num rabo-de-cavalo para ficar com mais cara de mãe), ela usa roupas comuns (cobertas com um avental desbotado e cheias de nódoas de comida nas mangas) e ela possui um sorriso simpático (ainda que, na maioria das vezes, ele esteja enterrado debaixo de camadas e camadas de cansaço).
E, provavelmente para Y, sua mãe também é dotada de algum superpoder, pois, mesmo sem estar por perto, ela consegue "ver" o que Y está fazendo e com o quê está brincando.
Mas, diferente da estória da autora infantil Angela McAllister, a mãe de Y não tem visão de raio-X nem olhos atrás da cabeça. Ela tem um instinto agora-aguçado e extremamente bem desenvolvido, graças às inúmeras surpresas desagradáveis do passado.
A mãe de Y aprendeu da maneira mais repugnante possível que, se há silêncio na casa, há desordem em progresso.
E, de onde estiver, ela interrompe a cessação do ruído e da arteirice da filha com sua voz superpoderosa e sua capacidade sobrenatural de antecipar acidentes:
- "Mocinha, nada de bagunça!"
E Y, surpreendida com o flagrante, vai correndo ao encontro de sua mãe, que a olha como todas as outras mães: com um cabelo comum (já com vários fios brancos e sempre preso num rabo-de-cavalo para ficar com mais cara de mãe), com roupas comuns (cobertas com um avental desbotado e cheias de nódoas de comida nas mangas) e com um sorriso agora mais do que simpático (porque tem a consciência de possuir o super-instinto de mãe).
E, provavelmente para Y, sua mãe também é dotada de algum superpoder, pois, mesmo sem estar por perto, ela consegue "ver" o que Y está fazendo e com o quê está brincando.
Mas, diferente da estória da autora infantil Angela McAllister, a mãe de Y não tem visão de raio-X nem olhos atrás da cabeça. Ela tem um instinto agora-aguçado e extremamente bem desenvolvido, graças às inúmeras surpresas desagradáveis do passado.
A mãe de Y aprendeu da maneira mais repugnante possível que, se há silêncio na casa, há desordem em progresso.
E, de onde estiver, ela interrompe a cessação do ruído e da arteirice da filha com sua voz superpoderosa e sua capacidade sobrenatural de antecipar acidentes:
- "Mocinha, nada de bagunça!"
E Y, surpreendida com o flagrante, vai correndo ao encontro de sua mãe, que a olha como todas as outras mães: com um cabelo comum (já com vários fios brancos e sempre preso num rabo-de-cavalo para ficar com mais cara de mãe), com roupas comuns (cobertas com um avental desbotado e cheias de nódoas de comida nas mangas) e com um sorriso agora mais do que simpático (porque tem a consciência de possuir o super-instinto de mãe).