Obra literária do chileno Antonio Skármeta que foi adaptada para o cinema, em 1994, e ganhou fama e aclamação internacionais (mas apenas prêmios pela trilha sonora), Il Postino é uma comovente estória de amizade. E de uma amizade praticamente improvável entre um expatriado tão polido e renomado quanto Pablo Neruda e um carteiro tão simplório e de pouca educação como Mario Ruoppolo.
No entanto, havia uma coisa em comum entre esses dois personagens quase antagônicos: ambos distribuíam mensagens. Mario de maneira literal, por certo. Mas, com o progredir da narrativa e graças à ajuda do poeta, ele vai descobrindo a arte de fazer versos e tomando gosto pelas palavras inspiradas por sua amada Beatrice.
E Neruda também se transforma. O sábio e experiente mestre se vê profundamente tocado pelo inocente maravilhamento e rápido aprendizado do pupilo inculto...
Como uma mãe de meia-idade vendo o já tão conhecido mundo pela retina virgem e desacostumada dos rebentos; vendo as cartas passadas mecanicamente através da fresta da porta pelo funcionário da British Royal Mail e caídas no chão serem, ávida e prontamente, entregues pelas mãos de minha filha; vendo os envelhecidos versos brancos da minha vida se encherem novamente de rimas, de significados.
Assim, me desculpe saudoso Pablo, mas as palavras de Mario Ruoppolo estavam corretas("Poetry doesn't belong to those who write it; it belongs to those who need it"), e um de seus poemas, equivocado.
Quem chegou para me buscar não foi a poesía, mas minha filha: minha carteira e poeta, distribuindo novas mensagens.
Llegó "mi hija"a buscarme. [...]
Yo no sabía qué decir, mi boca
no sabía
nombrar,
mis ojos eran ciegos,
y algo golpeaba en mi alma [...]
Y yo, mínimo ser,
ebrio del gran vacío
constelado,
a semejanza, a imagen
del misterio,
me sentí parte pura
del abismo,
rodé con las estrellas,
mi corazón se desató en el viento.
No entanto, havia uma coisa em comum entre esses dois personagens quase antagônicos: ambos distribuíam mensagens. Mario de maneira literal, por certo. Mas, com o progredir da narrativa e graças à ajuda do poeta, ele vai descobrindo a arte de fazer versos e tomando gosto pelas palavras inspiradas por sua amada Beatrice.
E Neruda também se transforma. O sábio e experiente mestre se vê profundamente tocado pelo inocente maravilhamento e rápido aprendizado do pupilo inculto...
Como uma mãe de meia-idade vendo o já tão conhecido mundo pela retina virgem e desacostumada dos rebentos; vendo as cartas passadas mecanicamente através da fresta da porta pelo funcionário da British Royal Mail e caídas no chão serem, ávida e prontamente, entregues pelas mãos de minha filha; vendo os envelhecidos versos brancos da minha vida se encherem novamente de rimas, de significados.
Assim, me desculpe saudoso Pablo, mas as palavras de Mario Ruoppolo estavam corretas("Poetry doesn't belong to those who write it; it belongs to those who need it"), e um de seus poemas, equivocado.
Quem chegou para me buscar não foi a poesía, mas minha filha: minha carteira e poeta, distribuindo novas mensagens.
Llegó "mi hija"a buscarme. [...]
Yo no sabía qué decir, mi boca
no sabía
nombrar,
mis ojos eran ciegos,
y algo golpeaba en mi alma [...]
Y yo, mínimo ser,
ebrio del gran vacío
constelado,
a semejanza, a imagen
del misterio,
me sentí parte pura
del abismo,
rodé con las estrellas,
mi corazón se desató en el viento.
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