Tudo o que eu queria era uma recompensa.
Recompensa por caminhar cerca de 8 horas diárias, durante uma semana, pelas ruas de Bangkok e arredores, num calor úmido insuportável e sob a pressão psicológica de conseguir meu primeiro visto de trabalho para a Hewlett-Packard de Chennai,
na Índia.
É óbvio que também estava curiosíssima para experimentar a famosa e tão propagandeada massagem tailandesa. E não perdi a chance quando encontrei um lugar limpo e decente com um preço que parecia caído dos céus budistas.
Assim, no meu último dia na Tailândia gastei meus últimos cem baths numa hora de massagem thai.
Só devia ter deixado do lado de fora do spa (junto com meus sapatos) a ideia ocidental de sentir mãos fortes e macias, espalhando um óleo aromático em movimentos sensuais,
pelo meu corpo nu e só coberto com uma toalhinha.
A típica massagem tailandesa é a seco e a única coisa que não passa pela cabeça são pensamentos eróticos. Durante 60 minutos, numa sala escura e deitada sobre um tipo de colchão no chão de madeira, uma pequena massagista tailandesa me dobrou, me esticou, me torceu e me apertou tanto que verti lágrimas de dor e (acho que) aprendi a dizer em tailandês o que o meu corpo estava sentindo (เจ็บ) naquela interminável hora em que ela só faltou me morder ou puxar meus cabelos.
E não usou apenas os dedos e as mãos, mas também os cotovelos, os joelhos e até os pés. A cada puxão ou pisada que dava, eu ficava esperando ouvir o estalo de uma junta fora do lugar ou de um osso partido. E já podia até me imaginar voltando de ambulância pro meu hotel e de gesso pra Índia.
Mas no fim, não sei se completamente anestesiada pela dor ou se a relação sado-masoquista já tinha sido estabelecida, mas estava me sentindo tão bem que recuperei meus pensamentos eróticos e só queria beijar aquela mulher minúscula e com mãos poderosas e carregá-la comigo para Bangalore!
E, apesar de ter saído da sessão sem marcas roxas pelo corpo, aquela foi uma experiência marcante na minha vida. E prometi pra mim mesma que retornaria a terceira vez para Bangkok, só para me profissionalizar nessa prática legalizada e bem remunerada de tortura física.
Melhor que aquilo, só mesmo a brasileiríssima depilação com cera quente a cada 15 dias.
Recompensa por caminhar cerca de 8 horas diárias, durante uma semana, pelas ruas de Bangkok e arredores, num calor úmido insuportável e sob a pressão psicológica de conseguir meu primeiro visto de trabalho para a Hewlett-Packard de Chennai,
na Índia.
É óbvio que também estava curiosíssima para experimentar a famosa e tão propagandeada massagem tailandesa. E não perdi a chance quando encontrei um lugar limpo e decente com um preço que parecia caído dos céus budistas.
Assim, no meu último dia na Tailândia gastei meus últimos cem baths numa hora de massagem thai.
Só devia ter deixado do lado de fora do spa (junto com meus sapatos) a ideia ocidental de sentir mãos fortes e macias, espalhando um óleo aromático em movimentos sensuais,
pelo meu corpo nu e só coberto com uma toalhinha.
A típica massagem tailandesa é a seco e a única coisa que não passa pela cabeça são pensamentos eróticos. Durante 60 minutos, numa sala escura e deitada sobre um tipo de colchão no chão de madeira, uma pequena massagista tailandesa me dobrou, me esticou, me torceu e me apertou tanto que verti lágrimas de dor e (acho que) aprendi a dizer em tailandês o que o meu corpo estava sentindo (เจ็บ) naquela interminável hora em que ela só faltou me morder ou puxar meus cabelos.
E não usou apenas os dedos e as mãos, mas também os cotovelos, os joelhos e até os pés. A cada puxão ou pisada que dava, eu ficava esperando ouvir o estalo de uma junta fora do lugar ou de um osso partido. E já podia até me imaginar voltando de ambulância pro meu hotel e de gesso pra Índia.
Mas no fim, não sei se completamente anestesiada pela dor ou se a relação sado-masoquista já tinha sido estabelecida, mas estava me sentindo tão bem que recuperei meus pensamentos eróticos e só queria beijar aquela mulher minúscula e com mãos poderosas e carregá-la comigo para Bangalore!
E, apesar de ter saído da sessão sem marcas roxas pelo corpo, aquela foi uma experiência marcante na minha vida. E prometi pra mim mesma que retornaria a terceira vez para Bangkok, só para me profissionalizar nessa prática legalizada e bem remunerada de tortura física.
Melhor que aquilo, só mesmo a brasileiríssima depilação com cera quente a cada 15 dias.
Um comentário:
Adoro este texto! Já tinha lido, mas adorei relê-lo! É muito bom e a tua descrição da massagem é muito engraçada!
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