quarta-feira, 31 de março de 2010

Bharat


Neste dia Primeiro de Abril de 2010, faz seis anos do meu (re) encontro cármico com a Índia. Depois do Brasil, foi o país no qual mais tempo vivi; foi onde encontrei o pai da minha filha e onde a concebemos; foi o lugar que deixou aflorar o melhor e o pior da minha personalidade; é a terra do meu marido e minha segunda casa.

Por isso, tenho muitas estórias sobre e da Índia: boas, ruins, engraçadas, trágicas... E para celebrar esses seis anos de amor e ódio pela minha Bharat, quero dividir algumas delas aqui.


Mas a primeira dessas estórias começou a se esboçar um pouco antes, em julho de 2003...
Fazia pouco mais de 2 horas que tinha colocado os pés em solo brasileiro e estava cansadíssima depois de um dia inteiro gasto em diferentes aviões e aeroportos, quando um abalo sísmico destruiu o meu mundo.
Tudo parecia estar no mesmo lugar que estava 7 meses atrás...
É a ilusão do viajante: achar que o tempo só passou para ele; que o trem do qual ele desembarcou estaria imóvel na mesma estação, esperando que ele novamente o embarcasse para continuar sua jornada... O meu já tinha partido. E sem qualquer comunicado da empresa ferroviária.
Só tinha ficado um vazio e quase cinco anos de muitas lembranças. Havia nossas impressões digitais espalhadas por todas as esquinas e cantos da cidade...
E eu precisava sair daquela tão familiar e agora dolorosa parte do mundo o mais rápido possível, nem que eu tivesse que ir pra China ou pra Índia, fazer trabalho voluntário numa obscura e suspeita ONG de Bangalore... Ir ao encontro do meu carma.

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