No vigésimo quinto dia do sétimo mês do ano de mil novecentos e setenta e cinco, nascia um pé de limão no meio de um laranjal.
Durante muito tempo, desde o instante em que percebeu a diferença, este limoeiro de porte médio tentou se igualar às demais árvores do pomar e produzir frutos tão doces e alaranjados quanto aqueles que maturavam ao seu redor.
Chegou próximo da forma e da cor dourada das laranjas, mas, por mais que tentasse, não conseguia pôr fim ao azedume natural dos seus limões. E, mesmo sendo rejeitado pelos consumidores e terminando seus dias de comestibilidade na lixeira dos estabelecimentos comerciais, seu produto continuava sendo colhido e vendido como mais uma espécie da família das rutáceas.
Por anos...
Até que, de tanto fingir ser o que não era, o solitário limoeiro perdeu suas características intrínsecas e o interesse do proprietário do pomar, e acabou virando madeira para a indústria de papel.
Das 50 resmas produzidas com sua polpa de baixíssima qualidade, algumas foram exportadas e uma foi parar num jardim de infância além-mar, onde uma menina de imensos olhos castanho-esverdeados ensaiava seus primeiros rabiscos com sua ainda desajeitada mão esquerda.
E quando a professora lhe perguntou o que desenhava, ela levantou a cabeça e disse com sua voz infantil:
- Just a yellow lemon tree.
Para escutar a canção que inspirou esta estória, visite o site:
http://www.youtube.com/watch?v=P-a9mzEeqfk&feature=fvst
Um comentário:
Será ?????
Dinda Su
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