quinta-feira, 1 de abril de 2010

Mais coisas da Índia

Onde mais seria possível ir numa farmácia e adquirir comprimidos avulsos ou picolé de gengibre, na mesma lojinha? Ou pagar para andar numa lata enferrujada e caindo aos pedaços, chamada de ônibus?

"Hotel", aqui, significa restaurante e para encontrar um quarto para passar a noite deve-se perguntar por uma "Guest House".
Nas "Backeries" da Índia tudo o que não se encontram são pães (o que, para os indianos, é o chapati do dia-a-dia), apenas chips feitos de banana frita extremamente picantes. Também há similares das nossas rapaduras e cocodas chamadas, respectivamente, de chikki e coconut chikki.


Outra peculiaridade da Índia é o intervalo de 15 minutos no meio de uma sessão de cinema. Para os filmes locais (que duram, no mínimo, 4 horas e nos quais os heróis desafiam todas as leis da física moderna), é até compreensível; mas para um filme hollywoodiano de pura adrenalina e apenas 90 minutos é um balde de água fria.
Mas o que vale a pena são os comerciais (sempre de jóias) que rodam nesses intervalos. Tem um, em especial, que me arranca boas risadas. É sobre o típico casamento arranjado entre os pais dos noivos. A noiva, vestida rica e lindamente, tem a cabeça levemente baixa e olhar distante, resignada (afinal, é mais uma obrigação social do que uma verdadeira escolha pessoal). Então, uma bandeja cheia de colares, anéis, pulseiras de ouro aparece na tela e lê-se que o casamento tem suas próprias recompensas!
A noiva, então, sentindo-se plenamente recompensada, abre um imenso sorriso para o noivo (sempre de bigodinho, sinal de virilidade por aqui). Pelo menos, eles não são hipócritas e sabem que o dote é quase tudo para um bom casamento.

Mas, para mim, o fascínio diário são os sáris que extrapolam nas cores. E até mesmo para uma brasileira acostumada com a tropicalidade das roupas, nada se compara à criatividade e genialidade das indianas ao combinar cores, texturas e designs num único pedaço de pano, medindo cerca de 5 metros e enrolado ao corpo magnificamente. Não importa se num escritório com ar-condicionado de uma multi-nacional ou no trabalho árduo da contrução civil; se debaixo das chuvas monçônicas ou do calor abrasador da ìndia, os sáris permanecem, técnica e corretamente, envoltos do corpo dessas estranhas e fascinates mulheres; e as pregas simetricamente arranjadas. Infelizmente, preciso nascer indiana na próxima vida para aprender a vestir um deles.

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