Tem gente que morre na praia...
Outros morrem de inveja...
Alguns morrem de vontade...
E há ainda os que morrem pela boca...
Mas eu, desde segunda-feira, devagar e sempre,
estou morrendo pelos esfíncters...
O pior é que não tenho idéia de como ou por que essa diarréia comecou. Não ando comendo mais nos buracos que frequentava; não tempero a comida com mais pimenta do que o usual; nem tenho nenhuma apresentação em público ou prova do vestibular para fazer nos próximos dias... Mas, de repente, meus oito metros de tripa grossa parecem ter se reduzido a 8 centímetros e nem o expresso da máquina de café da empresa fica muito tempo no meu corpo.
Os sintomas podem ser consequência da prática intensiva de yoga, desintoxicando meu organismo. Ou podem ser os 40 graus de Chennai, derretendo não apenas o sabonete em barra do meu banheiro, mas também anos de restos fecais acumulados pelas dobrinhas dos meus intestinos. Pode, também, ser a água salgada e amarela que sai da minha torneira e que uso para escovar os dentes, fazendo uma forçada lavagem estomacal.
Não sei. Só sei que nunca tinha sido tão forte antes, e chego a rezar no ônibus para os milhares de deuses indianos, para me ajudarem a segurar a vontade até encontrar um banheiro limpinho.
E se for mesmo a merda que sustenta o homem, daqui a pouco vou estar de muletas ou cadeira de rodas.
Sinto pela escatologia, mas, desde que essa situação começou só tenho tido pensamentos sujos e precisava, também, dar vazão mental a tanto sofrimento físico. Para os (in)satisfeitos com as palavras, seguem outras de conforto. Ainda bem que as palavras não têm cheiro!
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