Com o passar do tempo e a mudança no contexto social e econômico dos leitores da Marvel Comics, a Mulher Invisível também se tornou a mulher do brilhante cientista Reed Richards e a mãe de Franklin e Val, começando a ter destaque no grupo e influência nas vidas do irmão, Johnny Storm, e do amigo de aventuras contra o Mal, Ben Grimm.
Uma carreira extraordinária e em ascendência que atingiu seu ápice em 2005, com o lançamento da versão cinematográfica dos quadrinhos e a personificação da heroína no fantástico corpo de Jessica Alba.
Da ficção para a realidade, no entanto, o script é bem diferente.
Se durante a gravidez eu já me sentia como uma “barriga ambulante”, depois do nascimento da minha filha eu não sou mais que uma coadjuvante na minha própria vida; uma figurante, simplesmente posicionada para preencher o pano de fundo, enquanto a trama principal acontece no primeiro plano.
Na Índia, não tenho mais um nome, mas um adjetivo. Na verdade, vários. Sou chamada de cunhada (bhabhi), nora (nu), esposa do primo (maami) e assim por diante, dependendo da relação de parentesco do meu marido com os demais membros da sua numerosa família.
Para eles, fui apenas a cavidade abdominal que carregou o bebê por 9 meses, não o ventre que gerou e nutriu um ser vivo por 39 semanas de privações e sacrifícios. Em Déli, eu era unicamente responsável pelo banho e pela troca das fraldas, enquanto eles desfrutavam de uma menininha linda, limpa e feliz. E só não perdi meu direito materno de alimentá-la (já que não estava amamentando-a no peito), porque meu instinto foi mais forte que as convenções indianas e mostrei enfaticamente ao meu sogro quem era a mãe da Pequena.
Mas fui aceitando e me acostumando com meu papel secundário neste enredo, ao perceber as genuínas necessidades de atenção de um recém-nascido para sobreviver. O difícil é entender como, aos poucos, fui me tornando parte da mobília da casa alugada onde moramos há dois meses; como permiti que o meu corpo cronicamente cansado e descuidado fosse acumulando pó, criando teias de aranha, perdendo o verniz, enferrujando até ficar encostado num canto, esquecido e ignorado pelo próprio marido; como me transformei na Mulher Invisível de Kidlington, sem os super-poderes de Susan Storm nem as formas fantásticas de Jessica Alba.
Para saber mais sobre a personagem, visite o site: http://marvel.com/universe/Invisible_Woman
2 comentários:
Nós temos que achar um antídoto para este feitiço!
Te gosto muito!
Gostei muito da nova cara do blog. Este tom de azul traz uma leveza bem legal. beijos
sabe fêr, eu também me sentia a "barriga de aluguel" diante dos meus sogros, mas aos poucos fui me impondo e deixando claro que o gui é MEU FILHO! e não esqueça, você é uma mãe LEOA!
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